VATICANO.
Em último pronunciamento como Papa, Bento XVI reconhece gravidade e inovação de sua renúncia
O papa Bento XVI, em seu último pronunciamento feito na manhã de hoje
(27), reconheceu a "gravidade e inovação" de sua decisão, mas afirmou
que renunciou pelo bem da Igreja. Aplaudido na praça São Pedro, no
Vaticano, ele voltou a justificar sua sáida por "sentir suas forças
diminuírem" e era preciso "ter coragem de fazer escolhas sofridas".
Em seu discurso de despedida ele agradeceu os membros da Igreja mais
próximos, como o cardeal e secretário de Estado, Tarcisio Bertone,
lembrando que "nunca se sentiu só na condução da Igreja". Ele citou
também as manifestações de apoio que vieram após a notícia de sua
renúncia, de fieis de todo o mundo. Apesar de dizer que o pontificado é
um peso muito grande, ele fala que continuará "de maneira nova perto do
Senhor crucificado".
No início da cerimônia de seu último pronunciamento, ele disse que "vê a
Igreja viva", quando agradecia a presença dos fiéis na basílica de São
Pedro, um dia antes de abandonar oficialmente o cargo. "Neste momento,
abraço toda a Igreja espalhada pelo mundo".
Percorrendo a praça
em seu papamóvel por cerca de dez minutos, ele cumprimentou os presentes
e beijou algumas crianças. A expectativa era que cerca de 50 mil fiéis
acompanhassem a cerimônia, de acordo com o porta-voz do Vaticano, o
padre Federico Lombardi. O número oficial de presentes ainda não foi
divulgado.
Na manhã de seu último dia, esta quinta-feira (28), o Papa deve se
reunir com os cardeais que estão em Roma. A previsão é que ele deixe o
Vaticano de helicóptero, em direção à Castel Gandolfo, no sul de Roma,
para a residência de verão, por volta das 17h15, 13h15 no horário de
Brasília. Ele deve morar lá nos próximos dois meses e a Sede Vacante,
período em que a Igreja fica sem Papa, começará às 20h, no horário
local.
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